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Viastore Systems Brazil News
Armazéns do futuro: quando a automação é sinônimo de competitividade
Por Emerson Lourenço, Head de Operações da viastore Systems no Brasil.
No mundo da logística e automação, o futuro já chegou nos armazéns. Antigamente, a automação era vista como um luxo, muitas vezes inacessível devido aos custos elevados e incertezas quanto ao retorno sobre investimento (ROI). Hoje, a automação não é apenas uma opção; é uma necessidade para se manter competitivo.
Ser empresário no Brasil já é um desafio por si só, mas no campo da logística, as coisas são ainda mais desafiadoras. A deficiência de mão de obra é palpável e afeta todas as operações logísticas, desde as mais simples até as mais complexas.
Em viagens ao sul do país, é possível constatar que muitas empresas têm vagas em aberto que simplesmente não conseguem preencher, mesmo oferecendo salários mais atrativos. Isso é paradoxal, especialmente quando consideramos que mais de 30% dos jovens brasileiros estão na categoria dos "nem-nem", ou seja, nem trabalham nem estudam. E vale destacar que, globalmente, nesse triste ranking, o Brasil só fica atrás da África do Sul.
Especificamente no setor de logística, a situação é ainda mais crítica. Os operadores logísticos costumam depender de mão de obra mais simples, que está se tornando cada vez mais escassa. A solução para muitas empresas tem sido importar mão de obra de outras cidades, estados e até países. Embora essa seja uma solução temporária, ela destaca a urgência da situação e a necessidade de soluções mais sustentáveis e de longo prazo, como a automação.
Esta realidade torna a discussão sobre automação não apenas relevante, mas absolutamente necessária para a sobrevivência e competitividade das empresas na indústria da logística.
Os operadores logísticos enfrentam desafios adicionais. O primeiro é o chamado 'payback elevado'. Contratos com clientes muitas vezes têm durações curtas, em torno de 36 meses, enquanto o retorno do investimento em automação pode levar mais de cinco anos.
O segundo desafio são os projetos de automação sob medida, que geralmente não podem ser reaplicados em outras operações devido ao alto grau de customização.
Então, como superar esses obstáculos?
A automação pode ser a chave para mitigar a falta de mão de obra, tanto qualificada quanto a menos preparada. Os projetos de automatização modernos são projetados para reduzir a necessidade de recursos humanos, deixando para as máquinas tarefas repetitivas e fisicamente desgastantes. Isso não apenas melhora a eficiência da operação como um todo, mas também permite que os trabalhadores se concentrem em tarefas mais estratégicas, elevando o desempenho geral.
No que diz respeito à qualificação da mão de obra, as soluções atuais são altamente centradas em software. Utilizando o conceito de 'poka yoke', ou "à prova de erros", essas soluções direcionam as atividades das operações de maneira inteligente, minimizando a margem de erro. Um software bem projetado pode reduzir drasticamente o número de erros operacionais, o que, por sua vez, corta os custos associados a esses erros.
Além dos benefícios diretos em eficiência e custo, há também vantagens significativas em termos de bem-estar dos trabalhadores. Em um ambiente mais automatizado, onde a carga pesada do trabalho é assumida por máquinas, os trabalhadores se beneficiam de uma operação mais fácil de manusear e de executar. Isso não apenas torna o ambiente de trabalho mais seguro, mas também contribui para um maior nível de satisfação entre os funcionários, quando comparado a operações totalmente manuais.
Quanto ao 'payback', a solução pode estar em implementações faseadas. Começar com um nível mais baixo de automação permite colher benefícios mais rápidos e pode ajudar a justificar investimentos futuros.
Já os projetos sob medida podem ser planejados com maior flexibilidade. Se o armazém for projetado para acomodar diversas operações dentro de um 'range' pré-estabelecido, isso pode trazer flexibilidade e tornar a automação mais atrativa para operadores logísticos.
Em conclusão, a automação já é um elemento indispensável para qualquer operação logística que precise se manter competitiva. O segredo está em entender os desafios e planejar cuidadosamente a implementação, sempre com foco em flexibilidade e escalabilidade.
O armazém do futuro é aquele que não apenas adota a automação, mas o faz de forma inteligente e estratégica.
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