ENGENHARIA DE SOFTWARE E SISTEMAS E O FUTURO DA TRANSFORMAÇÃO DIGITAL
Por Nand Kochhar, vice-presidente de estratégias para os setores automotivo e de transporte da Siemens Digital Industries Software.
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Diversos setores, desde o automotivo até o de máquinas industriais, estão passando por transformações radicais. Empresas de todos os setores estão reavaliando as formas de conduzir seus negócios para atender a uma combinação em constante mudança de demandas dos consumidores, pressões ambientais e força de trabalho em transformação. Cada grande mudança traz a possibilidade de novas oportunidades, e as novas tecnologias são fundamentais para viabilizar essas oportunidades.
O software é uma dessas tecnologias que está melhorando continuamente e já é um componente essencial de muitos produtos. Tudo, desde eletrodomésticos até carros, está integrando novos recursos habilitados por software para melhorar as funcionalidades do produto e a experiência do cliente. No entanto, apesar desses benefícios, o software também aumenta a complexidade do produto e gera novas interações entre domínios, criando a necessidade de novas metodologias para o projeto e desenvolvimento de produtos.
A engenharia de software e sistemas (SSE, na sigla em inglês) é uma metodologia que estabelece um processo de desenvolvimento conectivo. Com a SSE, os engenheiros podem projetar produtos que operam com software em conjunto entre os domínios, e não de forma isolada. A SSE ajuda a criar um thread digital robusto de dados de projeto, resultados de testes, simulações e outros elementos do desenvolvimento de produtos, garantindo que esses dados permaneçam acessíveis quando e onde forem necessários. Essa metodologia será um componente essencial de um esforço mais amplo dos setores para amadurecer suas transformações digitais.
Conexão de ferramentas e processos
No futuro, o desenvolvimento de produtos vai depender cada vez mais da SSE quando as plataformas de software se tornarem mais avançadas e prontamente disponíveis. Cada vez mais engenheiros estão projetando os recursos de seus produtos para operar com software. No setor automotivo, por exemplo, vários fabricantes estão se voltando para a fabricação de veículos definidos por software (SDVs, na sigla em inglês), que são equipados com sistemas aparentemente maduros reconstruídos no software para sistemas de direção, aceleração e freios. O uso de métodos de SSE nessas instâncias vai ajudar a lidar com os efeitos dos novos sistemas de software utilizados em outros sistemas.
As ferramentas de projeto também devem permitir uma visão mais holística do produto para garantir a integração bem-sucedida de todos esses sistemas. Com o impacto do software em vários domínios da engenharia, desde a mecânica aos sistemas elétricos, as ferramentas devem incorporar novos recursos que permitam o gerenciamento e a verificação de dados entre domínios. Com a introdução desses recursos nas ferramentas de projeto, as equipes de engenharia podem desenvolver em conjunto todo o hardware, incluindo silício, placas e componentes eletrônicos, o software e os sistemas mecânicos para garantir que tudo esteja devidamente integrado em um produto coeso e funcional.
Rumo à maturidade da transformação digital
Essas ações são apenas uma parte do que pode ser feito pelas empresas em suas jornadas mais amplas de transformação digital. A transformação digital permite que as empresas promovam a inovação em todos os domínios da engenharia e funções de produtos e abordem questões persistentes do setor no curto e no longo prazo, como a escassez de mão de obra. A criação de uma estratégia de transformação digital de longo prazo confere às empresas o potencial de ir além da conexão de dados, incorporando funções novas e avançadas, como o gerenciamento automatizado de dados, a inteligência artificial (IA) generativa e a otimização de ciclo fechado de produtos, software, manufatura e muito mais.
Tudo isso está descrito em uma estrutura de cinco estágios desenvolvida pela Siemens Digital Industries Software para ajudar as empresas a avaliar a maturidade das suas próprias jornadas de transformação digital. Os cinco estágios são: configuração, conexão, automação, projeto generativo e otimização de ciclo fechado.
A maioria das empresas está em algum ponto dos dois primeiros estágios do processo de transformação digital (configuração e conexão). A configuração se refere à transição de metodologias baseadas em documentos para metodologias baseadas em modelos, enquanto a conexão promove uma ponte que liga os dados de vários domínios da engenharia.
A SSE trabalha lado a lado com esses dois estágios, utilizando a engenharia de sistemas baseada em modelos e os domínios conectados para garantir a integração bem-sucedida do software desde o início do projeto. Com rastreabilidade aprimorada e verificação mais fácil entre os domínios, os engenheiros podem codificar melhor o hardware, o software e outros sistemas e garantir que todos trabalhem em harmonia como um produto funcional definido por software. No entanto, para usar todo o potencial da transformação digital, as empresas devem ir além dos estágios de configuração e conexão, integrando a IA aos processos de engenharia para capacitar os engenheiros.
As empresas podem começar automatizando as tarefas rotineiras que são essenciais, mas que impedem os engenheiros de realizar um trabalho de maior valor, antes de começar a automatizar tarefas mais complexas. À medida que a IA aumenta sua capacidade, ela pode ser usada para realizar projetos generativos, gerando automaticamente novos projetos com base nos dados da empresa. O objetivo final é que, um dia, as empresas consigam realizar a otimização de ciclo fechado, gerando, avaliando e iterando projetos antes de selecionar o mais otimizado.
Um futuro de produtos definidos por software
Os cinco estágios da maturidade da transformação digital têm como objetivo orientar as empresas e seus engenheiros para que determinem um caminho de otimização de suas futuras metodologias de projeto e desenvolvimento de produtos. Os estágios vão garantir que os produtos projetados com metodologias de SSE sejam bem-sucedidos na integração do software com o restante dos sistemas e que sejam projetados para operar da melhor forma possível.
A conectividade que a SSE traz aos processos de desenvolvimento e às ferramentas de projeto não é essencial apenas para a criação dos produtos do futuro, mas também para a construção da base da maturidade da transformação digital. Enquanto as empresas amadurecem esses processos para aumentar a automação, geração e otimização, novas metodologias de projeto devem surgir para que os engenheiros criem produtos definidos por software que vão trazer o futuro para os clientes hoje.
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