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POR QUE A AUTOMAÇÃO É O DIVISOR DE ÁGUAS PARA O FUTURO DA INDÚSTRIA NACIONAL
Por Marcelo João Bortolini, gerente de tecnologia da Selgron.
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Na era da personalização, rastreabilidade e produtividade máxima, a automação deixou de ser diferencial e se tornou condição de sobrevivência para a indústria. Com escassez de mão de obra qualificada, custos elevados e pressão por entregas mais rápidas e excelência, o setor produtivo brasileiro precisa acelerar sua transformação. Automatizar processos não é apenas uma questão de eficiência, mas uma estratégia de competitividade, sustentabilidade e continuidade.
Mais do que acelerar linhas de produção, a automação garante padrões rigorosos de qualidade, segurança do consumidor, conformidade regulatória e agilidade na resposta ao mercado. E não se trata apenas de grandes robôs em fábricas de alto volume: a automação moderna está diretamente conectada aos princípios da Indústria 4.0, envolvendo sensores inteligentes, análise de dados em tempo real, inteligência artificial e a otimização contínua de processos.
Esse movimento vem ganhando força, inclusive, em etapas como o fim da linha de produção. É justamente nesse ponto que se definem a integridade do produto, a eficiência logística, o aproveitamento de recursos e a reputação da marca. Detectores de metais, selecionadoras que apontam inconformidades, controladores de peso, empacotadoras inteligentes, sistemas de paletização robotizados, entre outras soluções, passaram a compor cada vez mais um ecossistema decisivo para garantir que o que sai da fábrica chegue ao consumidor conforme esperado.
E o impacto da automação vai além dos limites das fábricas. Ela impulsiona cadeias produtivas, fortalece o ecossistema de fornecedores e pode criar empregos mais qualificados ao transformar funções operacionais em posições de análise, controle e inovação. A evolução da indústria não significa excluir pessoas, mas prepará-las para novos papéis mais estratégicos.
O avanço da automação industrial tem respaldo em dados concretos. Segundo o estudo 2025 Smart Manufacturing and Operations Survey, da Deloitte, realizado com 600 executivos de grandes empresas de manufatura com operações nos Estados Unidos, 92% dos entrevistados acreditam que a manufatura inteligente será o principal motor da competitividade nos próximos três anos. Além disso, 85% enxergam essas iniciativas como transformadoras, com potencial para aumentar a agilidade dos processos, modernizar as operações e atrair novos talentos. Desde a implementação das tecnologias de manufatura inteligente, as empresas relataram melhorias médias de 10% a 20% na produção, 7% a 20% na produtividade dos funcionários e de 10% a 15% na capacidade operacional desbloqueada.
No Brasil, o desafio de modernização segue urgente. O país ocupa a 50ª posição entre 133 economias no Índice Global de Inovação 2024, divulgado pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI). Embora tenha melhorado sua colocação em relação ao ano anterior, os dados reforçam a necessidade de acelerar a adoção de tecnologias inovadoras no setor produtivo, especialmente no ambiente industrial.
A boa notícia é que soluções tão competitivas ou mais estão disponíveis por aqui, sendo melhoradas continuamente. Empresas brasileiras projetam e fabricam tecnologias de ponta com suporte técnico nacional, manutenção eficiente e capacidade de customização para diferentes portes e setores. Isso torna a transição mais acessível, previsível e alinhada à realidade da indústria nacional.
Automação não é custo. É investimento em perenidade. Quem ainda resiste a esse movimento está, de forma silenciosa, comprometendo sua capacidade de crescer, inovar e competir. Vale ainda pontuar que automatizar também não é substituir pessoas, é substituir o improviso por inteligência e a limitação por escala.

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